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Ensaios

Trajetórias: estratégias curriculares para o ensino de artes

O projeto de pesquisa “Arte e currículo – percursos dialógicos” estuda os programas curriculares e as atividades propostas nos livros didáticos com o intuito de propor estratégias que promovam processos pedagógicos mais relevantes à vida dos estudantes.

A partir desta proposta inicial, temos diversos objetivos específicos que alimentam nossas motivações enquanto professores e futuros professores: queremos aproximar as propostas curriculares da cultura popular e cotidiana, ao mesmo tempo que procuramos enfatizar a arte brasileira, refletindo sobre possibilidades de atuação para a sua promoção.

Popularmente o que os veículos de massa chamam de “Arte” se baseia na tradição e cultura europeia. Essa ideia permanece no imaginário do senso comum. A avaliação de nossa experiência estética, inconscientemente, acaba utilizando critérios herdados dessa tradição europeia, que é, a grosso modo, bem distante da nossa realidade no Brasil.

Como criar um projeto de arte que contemple o “agora”?
Como aproveitar a cultura visual dos alunos de forma proveitosa em sala de aula?
O que os livros didáticos estão sugerindo?

Com esses e outros questionamentos iniciamos a pesquisa realizando entrevistas com professores de algumas escolas particulares e públicas. A partir da narrativa dos professores foi possível avaliar a relevância do livro didático, e compreender o percurso destes profissionais e sua prática docente (o professor e sua vivência estética é parte fundamental no processo de aprendizagem dos alunos, ele age como um facilitador).

Posteriormente nos debruçamos sobre os programas curriculares das secretarias de ensino e as mudanças propostas pela BNCC – acompanhamos como essas mudanças afetam a dinâmica de ensino nas escolas.

Concluído esse levantamento, iniciamos uma longa consulta junto às editoras. Buscando coleções didáticas que trabalhassem Artes Visuais e definimos o escopo da pesquisa para algumas editoras específicas, que se mostravam mais relevantes, ou recorrentes entre as escolas privadas e públicas. Nestas coleções nos debruçamos, até então, sobre os livros do Primeiro Segmento do Ensino Fundamental, relacionando o conteúdo de Artes Visuais e fazendo um inventário de artistas brasileiros e suas obras – aos poucos vocês vão conferindo as publicações na categoria Conhecendo Artistas Visuais do site.

Neste processo de inventário, o grupo de pesquisa se concentra nos processos pedagógicos com o intuito de desenvolver possibilidades autorais, que congreguem aluno e professor no cotidiano cultural que estão inseridos, se distanciando do produto hegemônico que se desenlaça no livro didático.

Até agora observamos que a prática do professor é muito distinta entre as escolas e o livro didático, não abrange essa realidade de histórias, lugares, possibilidades.

Ter contato com os professores e acesso à dinâmica e das escolas tornou a pesquisa vívida, ajudando a refletir acerca do programa curricular e do material didático disponível nas aulas de Artes.

Essa análise dos livros fomenta a necessidade de um repertório mais rico e dinâmico, baseado no cotidiano da comunidade escolar. A pesquisa segue circundando a possibilidade de produtos mais autorais para a “nutrição visual” de professores e alunos.