(Pesquisa Miriam Machado)
Pesquisa continuada por Kauã, João Gabriel, Fernando, Rafael, Mariana, Dimitri (turma 2C); Danilo, Lara, Emanuele, Antonia, Rafaela e Kamily (turma 2D), ensino médio CAp-Uerj.
(Rio de Janeiro, 1918 – Distrito Federal, 2008)
O repertório artístico de Athos Bulcão começou a formar-se ainda na infância com o contato com as manifestações culturais do Rio de Janeiro, onde nasceu em 1918, e com os espetáculos teatrais e musicais que assistia em companhia de suas irmãs mais velhas. Na juventude, vivenciou as manifestações nacionais e internacionais das vanguardas artísticas que preconizavam uma maior liberdade de expressão.
Bulcão perdeu sua mãe logo cedo, Maria Antonieta da Fonseca Bulcão, de enfisema pulmonar antes dos cinco anos e foi criado com seu pai, Fortunato Bulcão. Quando ele terminou a escola não seguiu direto a trajetória artística, ele cursou Medicina, mas trancou a matrícula. Em 1939, começou a se dedicar totalmente as artes visuais. Sua primeira exposição foi em 1944 no Instituto do Arquitetos dos Arquitetos do Brasil, em Brasília, na cidade onde cresceu.
Athos Bulcão trabalhou com alguns artistas, como Candido Portinari, e depois foi convidado por Oscar Niemeyer a participar da construção de Brasília, onde sua primeira obra foi o revestimento da Igreja Nossa Senhora de Fátima com azulejos que retratavam a pomba do Divino Espírito Santo e a estrela da Natividade (figura 1), a qual foi a única obra figurativa de sua azulejaria.

O artista é conhecido como “o artista de Brasília” por ter feito parte da decoração arquitetônica da cidade com sua marca registrada de azulejos com formas geométricas e cores complementares, trabalhando com Oscar Niemeyer nessa parte decorativa além da própria criação da cidade.
Além dos painéis de azulejos, ainda para a nova capital, Bulcão também fez pinturas, relevos, vitrais, murais, peças de designer etc. (figuras 2, 3 e 4).



Embora o artista tenha realizado obras para projetos particulares de diferentes arquitetos, a maioria das suas obras, em Brasília, ficam em espaços públicos, como hospitais, igrejas e instituições governamentais. Essa parceria com a arquitetura provocou, sem dúvida, uma maior democratização de sua arte.
Athos Bulcão produziu um grande número de obras em azulejaria – o que o levou a ser mais (re)conhecido em espaços urbanos. Nas obras em azulejo, o artista aplicou várias formas geométricas que podiam ser arrumadas de vários jeitos, aleatoriamente, gerando uma riqueza compositiva muito grande. (figuras 5 e 6), embora sem muita variação de técnica e material.


Artista incansável, Bulcão sempre seguiu criando, inclusive, em obras desvinculadas da arquitetura. Mesmo mantendo conhecimento dos artistas universais e dos movimentos artísticos de sua época, Bulcão não se deixou influenciar por nenhum modismo artístico. A arte de Bulcão é, ao mesmo tempo, plural e singular. Plural porque ele foi um artista múltiplo e utilizava-se de diferentes técnicas, linguagens visuais e materiais estéticos em suas criações e produziu um variado acervo de desenhos, fotomontagens, relevos, painéis etc. (figuras 7, 8, 9 e 10). E, singular, porque apesar de sua diversidade artística e versatilidade técnica, imprimi sua identidade visual em todas as suas criações.




Quando faleceu, em 2008, ele deixou um grande acervo de obras espalhadas pelo Brasil e por outros países. Desde então, a Fundação Athos Bulcão tem a missão de preservar e divulgar essas obras.
FONTE: Fundação Athos Bulcão