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Docência

A BNCC, os PCNs e a formação dos professores de arte

Este artigo é bastante interessante pois faz um paralelo entre a terceira versão da BNCC (editada em 2017) e os antigos PCNs. A autora busca avaliar tanto as similaridades como as diferenças entre os documentos no que tange ao currículo de Arte Visuais na Educação Básica, concentrando-se no primeiro segmento do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano).

A primeira diferença notada pela autora em relação ao PCN é que na BNCC a Arte é tratada como parte integrante da área de Linguagens, junto com Educação Física e Língua Portuguesa. No PCN (editado em 1997), Arte foi inserida como área de conhecimento em documento próprio em igualdade às demais área. Nas tabelas comparativas do artigo a Iavelberg demonstra a diminuição de páginas dedicadas ao componente curricular Arte: PCN 116 páginas e BNCC apenas 12. É importante salientar que existe uma diminuição de conteúdo em todos os componentes, no entanto Matemática e Lingua Portuguesa, nesse aspecto, são os mais privilegiados. Para a autora a BNCC se alinha à visão de educação voltada ao mercado de trabalho.

a preocupação em atender ao mercado de trabalho e aos interesses do capital através de uma formação orientada a ele e à expansão de consumidores. Assim, é eclipsada a formação em Arte que promove um sujeito sensível e crítico, com possibilidade de participação artística e cultural na sociedade.

A autora ainda questiona itens relacionados às habilidades, competências e ao desenvolvimento e aprendizagem. Comparada ao PCN a BNCC parece deixar vago alguns conceitos, enquanto o PCN especificava perfeitamente. Isso difere nos outros componentes curriculares da BNCC.

Um fator determinante para o tipo de explicitação magra de conteúdos da BNCC é o fato de que, diferente dos PCNs, o documento editado em 2017 não foi elaborado por uma equipe de colaboradores de cada linguagem das Artes (Música, Teatro, Artes Visuais e Dança).

O artigo contém mais informações relevantes, e sua leitura junto com os PCNs e a versão atual da BNCC levanta inúmeras questões relevantes tanto aos docentes quanto licenciandos de Artes Visuais, pois reflete as tendências na formação e atuação de professores de Artes.

Referências:
IAVELBERG, R. A Base Nacional Curricular Comum e a Formação dos Professores de Arte. – DOI 10.24933/horizontes.v36i1.576. Horizontes, v.36, n.1, 2018.

IAVELBERG_A-BNCC-e-a-formação-dos-professores-de-arte_Horizontes_2018