Matheus RIBS – Nutrição Visual

(por Renan Araujo, bolsista PIBIC)

Matheus Ribs (1994) é um jovem artista visual e cientista político brasileiro, nascido na comunidade da Rocinha, na cidade do Rio de Janeiro (FONSECA, 2023).

As produções artísticas de Ribs utilizam diferentes linguagens como charges, ilustrações e pinturas e abrangem temáticas ligadas a questões políticas, sociais, ambientais, de raça e gênero – todas numa perspectiva decolonial, isto é, em defesa dos povos tradicionais e subalternizados (REVISTA CONTINENTE, 2020).

Foi em 2013, justamente a partir do ingresso no Curso de Ciências Políticas, que essas questões trazidas pelos estudos acadêmicos referentes aos movimentos sociais passaram a estar presentes em suas obras. Já em 2016, finalizando a Graduação, o artista teve contato com uma comunidade tradicional indígena em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, para conhecer seu ambiente educacional. Com esse encontro, houve um maior interesse do artista pelas questões subjetivas que compõem a identidade do povo brasileiro e suas consequentes relações com os povos originários e a diáspora negra (FONSECA, 2023).

Dessa maneira, Matheus Ribs aproveita-se de sua arte para reconstruir o imaginário social e político brasileiro, com abordagens sobre decolonialidade e ancestralidade diaspórica. Para o artista, as consequências do colonialismo ainda estão muito presentes na sociedade, principalmente nas violências contra corpos indígenas e pretos, por isso, suas produções artísticas trabalham com denúncias nada romantizadas sobre essas violências.

Nesse sentido, com suas pinturas, ilustrações e colagens, o artista trabalha novas exposições que possam recontar a história das populações que formam a identidade do povo brasileiro. Para ele, são os povos originários e os movimentos negros que estão fortemente contribuindo para a formulação de um novo projeto de país, o qual a arte consegue ser esse instrumento de potência de estabelecer narrativas que não sejam embranquecedoras e centralizadas em uma única cultura e, igualmente, a arte como instrumento de reconstrução das histórias desses grupos (FONSECA, 2023).

Assim, Matheus Ribs propõe um ‘re-encantamento’ das estruturas e dos territórios por meio de suas práticas artísticas, principalmente em suas pinturas, levando aos espectadores a refletirem sobre questões sociopolíticas e ambientais e, de certa forma, contribuir no despertar de cada indivíduo em reconhecer sua própria linguagem através de sua ancestralidade e espiritualidade (CASA BICHO, 2022).