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Pesquisas em Arte

FAYGA OSTROWER

(por Carolina Pereira)

Fayga Ostrower (Lodz – Polônia, 1920 – Rio de Janeiro – Brasil, 2001) foi uma pintora, ilustradora, gravadora e professora polonesa que viveu boa parte de sua vida no Brasil – o que a levou a participar ativamente das transformações na arte brasileira (Imagem 1).  

Imagem 1 – Fotografia da artista. 

Ostrower chega ao Brasil aos 14 anos de idade na cidade do Rio de Janeiro e cursa artes gráficas na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no ano de 1947. É nesta fundação que a artista dá início aos estudos da técnica da Gravura, principalmente na xilogravura e na gravura em metal, com artistas como Axl Leskoschek (1889-1975) e Carlos Oswald (1882-1971), respectivamente. 

Suas primeiras obras possuíam forte influências das vanguardas cubista e expressionista (Imagem 2) do século XX. Além disso, esses primeiros trabalhos discutiam amplamente questões sociais da realidade brasileira, como acontece em “Lavadeiras” (Imagens 3 e 4) e também em questões ligadas à maternidade (Imagem 5).  

Imagem 2 – “Casas”, 1947, xilogravura. 

Imagem 3 – “Lavadeiras”, 1947, linóleo sobre papel. 

Imagem 4 – “Menino do Morro”, 1947, Água-forte sobre papel. 

Imagem 5 – “Mãe e filha”, 1948, xilogravura. 
 

Seu trabalho permanece com estas temáticas figurativas durante todos os anos da década de 1940, mas, na década seguinte, Ostrower abandona a figuração e vai em busca de trabalhos com tendência estética oriunda do abstracionismo informal, levando-a a ser percursora da gravura abstrata no país (Imagens 6 e 7). Contudo, tanto em seus trabalhos figurativos quanto nos abstratos, há um uso muito impactante da cor quando cria espaços luminosos que vão dialogar com linhas intensas e contrastantes. 

Imagem 6 – “5502”, 1955, Água-tinta e ponta-seca sobre papel. 

Imagem 7 – “8507”, 1985, Litografia sobre papel. 

É também nos anos de 1950, que a artista inicia sua carreira docente ao ministrar a disciplina de “Composição e Análise Crítica”, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Ostrower leciona no museu entre os anos de 1954 até 1970. Além do mais, em 1955, viaja para Nova York como bolsista da Fulbright Comission. Trabalha no Brooklyn Museum Art School e estuda gravura no Atelier 17, de Stanley William Hayter (1901-1988). Não apenas nos Estados Unidos, mas Fayga Ostrower ganha bolsas de estudos em vários outros países e como Inglaterra e Londres, onde também leciona nas instituições em que estudou. Refletindo seu caráter social, a artista também criou cursos para a propagação da arte em camadas mais populares – como para operários e em centros comunitários. 

Além de autora de inúmeros livros, Ostrower realizou exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Seus trabalhos podem ser apreciados nos principais museus brasileiros, da Europa e das Américas. Recebeu numerosos prêmios, entre os quais, o Grande Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo (1957) e o Grande Prêmio Internacional da Bienal de Veneza (1958); nos anos seguintes, o Grande Prêmio nas bienais de Florença, Buenos Aires, México, Venezuela e outros. 

Referências 

FAYGA Ostrower In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa435/fayga-ostrower. Acesso: 15 out 2021. Verbete da Enciclopédia. 

 
FAYGA Ostrower  In: Instituto Fayga Ostrower. Disponível em https://faygaostrower.org.br/a-artista/biografia-resumida. Acesso: 15 out 2021.