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Pesquisas em Arte

TUNGA

(por Carolina Pereira)

Antonio José de Barros Carvalho e Mello Mourão (Palmares, PE, 1952 – Rio de Janeiro, RJ, 2016), mais conhecido como Tunga, foi desenhista, escritor, escultor e performer brasileiro (Imagem 1).  

Suas obras trazem diálogos entre a escultura e o corpo, criando tensões estéticas entre o imaginário e o real. 

Filho do poeta e escritor Gerardo Melo Mourão (1917-2007) e de Léa de Barros (1922-?), desde cedo as Artes Visuais permeiam sua vida. No início da década de 1970, muda-se para o Rio de Janeiro e inicia seus estudos na Universidade Santa Úrsula, no Curso de Arquitetura e Urbanismo. Nesta mesma época conhece artistas contemporâneos como Cildo Meireles (1948), Waltercio Caldas (1946) e José Resende (1945), sendo sua obra influenciada por eles. 

Quatro anos mais tarde, conclui a faculdade e realiza sua primeira exposição individual no Museu de Arte Moderna (MAM-RJ). Nessa exposição, há um conjunto de desenhos e objetos que abordam as relações humanas e o desejo (Imagem 2). 

Tunga reafirma a proposta surrealista sobre a relação amorosa entre as palavras através de poemas nas suas obras. Seu trabalho caminha entre as linguagens da palavra textual, escultura e performance. Suas esculturas contam narrativas ao adentrarem museus e galerias, onde assumem um caráter um tanto performático. Suas performances utilizam objetos e textos como disparadores estéticos. Um exemplo é a performance “Xipófanas Capilares” (Imagem 3), realizada pela primeira vez em 1994. Tunga escreve sobre a obra para a revista Revirão 2 – Revista da Prática Freudiana” onde as imagens parecem ilustrar o texto, tendo uma relação de complementariedade. A obra é, então, tanto texto, quanto performance e fotografias. Textos e imagens artísticos são complementares e formam sistemas estéticos carregados de simbolismos e narrativas próprios, que não necessariamente tenham uma uniformidade, mas ligam-se por representarem a mesma obra de arte. Esses sistemas artísticos propostos por Tunga enfatizam a relação de proximidade entre o corpo e a psique humana.

Nas esculturas, Tunga utiliza materiais diversos como ferro, aço, latão, lâmpadas, correntes, ímãs, feltro e borracha, dentre outros (Imagem 4). A partir dos anos de 1990, Tunga explora além dos materiais já mencionados, matéria orgânica como a gelatina (Imagens 5 e 6). 

Tunga expõe seus trabalhos no Brasil e pelo mundo, sendo um dos primeiros artistas contemporâneos a expor no Museu do Louvre.  

Em 2016, morre em decorrência de um câncer de garganta, deixando décadas de trabalho que modificaram as formas de vislumbrar escultura e performance em diálogo com o corpo e suas implicações estéticas. 

REFERÊNCIAS 

TUNGA. In ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Disponível em http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa376775/tunga. Acesso: 10 de maio de 2022. Verbete da Enciclopédia. 

TUNGA. In TUNGA Oficial, 2022.  Disponível em https://www.tungaoficial.com.br/pt/. Acesso: 11 de maio de 2022. 

VICE Brasil. VICE entrevista o artista plástico Tunga. Youtube, 2017. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=opTfUTRrsug. Acesso: 11 de maio de 2022.