Carregando...
Artistas em pesquisa

CABOCO

(por Antonio, turma 2D CAp-UERJ) 

Revisão Daniela Cassinelli 

Gustavo Caboco (Curitiba, 1989), mais conhecido como “Caboco”, é um artista brasileiro que encontra no desenho, no texto e no bordado, formas estéticas que dialoguem com a origem indígena.  

Caboco cresceu num ambiente urbano ouvindo histórias de sua mãe: uma Wapichana – da terra indígena Canauanim (Boa Vista, Roraima). Lucilene, sua mãe, saiu da aldeia aos 10 anos de idade, em 1968, e suas histórias, sementes, que a acompanham, em conjunto com o retorno que realizamos em 2001, onde fui apresentado à minha avó e familiares indígenas, traçaram o meu destino como artista. 

Suas obras são produzidas “justamente nesses caminhos de retorno à terra, no fortalecimento das raízes com a terra e seus parentes, ecoando as vozes do povo Wapichana e dos entes a quem eles sabem dedicar escuta, como as plantas, as pedras, as serras, os céus e os rios. É dessa forma que o artista costura o pessoal ao político e o cultivo da memória às possibilidades de futuro”. (texto retirado da página do artista na Bienal de São Paulo). 

Sem título (2020).

Ouve Wapichana 
 
Pé no chão, 
pé de ouvido. 
Enterra, semente desperta. 
Corpo é terra 

Ouço a terra. Piso. 
Ao alto da terra. Chão. 
Morte na terra. Subterrâneo. 
Retorno à terra. Caminho. 
 
Pouco espaço 
 
“O morto não descansa.” 

Ouve a Wapichana, também ouve a Guarani. 
 
– Perdão, filha. 
Toma birita, lazarentão. A oferenda tá no teu corpo e teu santo mora no líquido dentro do vidro: avermelha os zóio e incha a cara. 
– Essa cachaça não me pertence. 
Onde está cauim, caxiri, caracu? 
– Resiste o contexto, re-existe o canto, re-existência, retomada, repatriação.  
51 é uma boa ideia colonial.

06-espaco-6col06-espaco-6col 

Conheça outras obras do artistas em 

Referências 

https://www.instagram.com/gustavo.caboco/

Gustavo Caboco. 34 Bienal de São Paulo. Disponível em http://34.bienal.org.br/artistas/7863 Acesso: 09 de novembro de 2021.