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Artistas em pesquisa

DENILSON BANIWA

(Pesquisa turmas 2B e 2D / CAp-UERJ – Débora; João Vitor; Sara) 

Revisão Daniela Cassinelli 

Denilson Baniwa (Barcelos, Amazonas, 1984) é multiartista, curador, designer, ilustrador, comunicador e ativista dos direitos indígenas. É reconhecido como um dos artistas contemporâneos mais importantes da atualidade no Brasil por romper paradigmas e abrir caminhos ao protagonismo dos indígenas no território nacional. Atualmente, vive e trabalha em Niterói, no Rio de Janeiro. Como ativista pelo direito dos povos indígenas, realiza palestras, oficinas e cursos, atuando fortemente no Movimento Indígena Brasileiro. 

Iniciou sua trajetória como artista a partir das referências culturais do seu povo, os Baniwa, ainda na infância, na aldeia Darí, no Rio Negro, Amazonas, ao observar as mulheres construindo utensílios que seriam usados no cotidiano. Sua primeira impressão de pintura foi a corporal, a partir da tinta extraída do crajirú. Entre rituais e tradições, Baniwa desenvolveu sua identidade a partir da arte e cultura de seu povo.  

Em sua adolescência, quando morava no interior do Amazonas, iniciou os estudos em Arte e, ao ter contato com modelos formais de arte, destacou-se sendo ganhador de prêmios (na região) como desenhista. 

O artista tem como principal característica das suas obras a valorização da cultura indígena e costuma retratar tanto sua vivência enquanto indígena, como na pintura Curumim Guardador de Memórias (2018) (Imagem 1), ou mesmo através de metáforas, ao se apropriar de elementos ocidentais (com destaque para a colonização) para destrinchá-los e desconstruí-los esteticamente.

Curumim Guardador de Memórias, 2018. 

Nesse sentido, seu trabalho pode ser considerado antropofágico (proposta artística e conceitual do modernista Oswald de Andrade), pois apropria-se de linguagens ocidentais para descolonizá-las em sua obra, a exemplo de Arqueiro Digital (2017) (Imagem 2), uma releitura da obra de Debret, pintor da Missão Francesa no Brasil, século XIX. 

Arqueiro Digital (2017).

Os suportes de seu trabalho vão desde canvas, instalações, pinturas em murais e performances, como  Pajé Yawareté (2018) (Imagem 3) – até meios e suportes visuais aliados à tecnologia e ao ambiente digital, a exemplo de Me deixa ser selvagem (2020) (Imagem 4).  

Pajé Yawareté (2018) .
Me deixa ser selvagem (2020) (Imagem 4).  

Sobre sua identificação enquanto artista e indígena, Baniwa diz-nos: 

“Não me articulo ou me defino como criador de “arte indígena” ou artes “exclusivas à temática indígena”, mas o meu processo de criação tem sempre uma influência do universo em que nasci. Não sou um artista indígena, sou um artista de múltiplas perspectivas que nasceu indígena” (BANIWA, 2019). 

É importante lembrar que toda sua arte vem de uma tradição, algo passado de geração em geração, que ele aprendeu em sua aldeia natal. Suas composições trazem questionamentos provocativos e ácidos em relação à questão indígena, trazendo à tona a pauta de resistência e luta dos povos indígenas no Brasil. Sua maior motivação é a de mostrar à sociedade novas formas e significados para a arte, construída na ancestralidade indígena e que dão sentido ao mundo através da beleza. Suas obras enunciam conceitos que foram estereotipados por uma sociedade que buscou compreender o indígena, mas nunca o deixou falar por si próprio e, por conta disso, desejam estimular mais indígenas a integrarem a luta pela descolonização e a indigenização de todo sistema brasileiro – desde do educacional ao cultural.  

O artista já participou de diversas exposições, sendo algumas como “Dja Guata Porã” em 2017, no Museu de Arte do Rio; “Terra Brasilis: o agro não é pop!”, em 2018, na Galeria de Arte da Universidade Federal Fluminense; e, em 2019, a exposição “Vaivém”, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB). Em setembro de 2019, Baniwa participou de uma exibição internacional em Toronto, Canadá, do Arctic Amazon Symposium. Em sua carreira Denilson Baniwa também ganhou dois prêmios: o prêmio Festival Festas de Lisboa, em 2014, na categoria ilustração e o prêmio Pipa de Arte Contemporânea, em 2019, na categoria online. 

Vídeos e entrevistas 

PIPA 2019 | Guerreiro do Divino Amor 

PIPA 2021 | Denilson Baniwa  

De Olho no Mundo com Denilson Baniwa  

Arte contemporânea indígena e a relação entre o artista e a sociedade não-indígena  

ENTRE LIVROS: Denilson Baniwa e Ailton Krenak  

Entrevista Denilson Baniwa – Amazonas 

Referências 

Obras no Behance: https://www.behance.net/denilsonbaniwa/projects  

Instagram: https://www.instagram.com/denilsonbaniwa/  

Blog no Tumblr: https://www.tumblr.com/blog/view/denilsonbaniwa