(pesquisa turmas 2C e 2D, ensino médio CAp-Uerj, 2022)
(Revisão Renan Araujo, bolsista PIBIC)
O Cubismo foi um movimento artístico cuja origem remonta à Paris no início do século, por volta do ano de 1907, ano do célebre quadro de Pablo Picasso (Málaga, Espanha, 1881 – França, 1973), Les Demoiselles d’Avignon (hoje no Museu Picasso, em Málaga, Espanha) – abaixo. Demais artistas, como Juan Gris (Madri, 1887 – França,1927) e Braque (França, 1882 – Paris, 1963) também foram grandes expoentes do movimento.
Pode-se notar que, com o Cubismo, como deriva do seu próprio nome, as características mais predominantes na arte são os planos geometrizados na reapresentação da natureza; deslocados dos vieses do Romantismo ou do Realismo até então predominantes na arte. Cubos, volumes e planos geométricos entrecortados e repetidos sob diferentes ângulos, reconstroem formas que se apresentam, simultaneamente. O que resulta, no espaço do quadro, na mistura entre o que é considerado figura e o que pode ser o fundo da composição, confundindo a noção de profundidade da cena pictórica. Como elementos recorrentes nas obras cubistas, vê-se corpos, paisagens e, sobretudo, objetos como garrafas, instrumentos musicais, seja com o destaque de elementos cromáticos (em Braque) ou nos aspectos plásticos (mais circulares em Picasso).
O cubismo se divide em duas grandes fases. Conforme lê-se na Enciclopédia Itaucultural, até 1912, no chamado cubismo analítico, observa-se uma preocupação predominante com as pesquisas estruturais, por meio da decomposição dos objetos e do estilhaçamento dos planos, e forte tendência ao monocromatismo. Entre 1912 e 1913, as cores se acentuam e a ênfase dos experimentos é colocada sobre a recomposição dos objetos. No momento do cubismo sintético, elementos heterogêneos – recortes de jornais, pedaços madeira, cartas de baralho, caracteres tipográficos, entre outros – são agregados à superfície das telas, dando origem às famosas colagens, amplamente utilizadas a partir de então. O nome do espanhol Juan Gris liga-se a essa última fase e o uso do papel-colado torna-se parte fundamental de seu método. Outros pintores como Fernand Léger, Robert Delaunay, Sonia Delaunay-Terk, Albert Gleizes, Jean Metzinger, Roger de la Fresnaye se associam ao movimento.
No Brasil, influências do cubismo podem ser observadas em parte dos artistas reunidos no Modernismo ou mesmo nos expoentes no decorrer da Semana de Arte Moderna de 1922, como em alguns trabalhos dos artistas abaixo, tais como Candido Portinari (Brodowski, SP 1903 – RJ, 1962)
e sobretudo na obra de Tarsila do Amaral (SP, 1886 – 1973) – nas telas criadas em 1924, como Estrada de Ferro Central do Brasil e Carnaval em Madureira (abaixo).
Referências
http://www.museupicasso.bcn.cat/en/
https://www.museepicassoparis.fr/en/collection
https://www.museopicassomalaga.org/en/home
https://www.museoreinasofia.es/en/collection/artwork/guernica
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8953/vicente-do-rego-monteiro
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa5781/antonio-gomide