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Pesquisas em Arte

EXPRESSIONISMO

O movimento de vanguarda conhecido como Expressionismo teve origem especificamente na Alemanha, entre 1905 e 1914. A noção, empregada pela primeira vez em 1911 na revista Der Sturm [A Tempestade], mais importante órgão do movimento, marca oposição ao impressionismo francês. Para os expressionistas, a afirmação dessa tendência de estilo se dá com o grupo Die Brücke [A Ponte], criado em 1905 em Dresden, contemporâneo ao fauvismo francês, no qual se inspira.

Como principal característica, apresenta tendência estética com temáticas, cores e tensões pictóricas voltadas à subjetividade, isto é, amparadas nas reapresentações dos sentimentos dos artistas. Em outras palavras, a arte dos expressionistas não deixa de ser uma crítica social da arte reiterada através de pinceladas de cores quentes ou mesmo contrastantes, além de formas distorcidas – como um apelo aos sentidos e sentimentos. Essa poética encontra sua tradução nos temas cotidianos, nos quais se observam o acento dramático e algumas obsessões temáticas, como por exemplo, o sexo e a morte – a técnica de xilogravura endossa o apreço pelas artes gráficas.

Uma obra icônica do movimento é “O Grito”(1893), do artista norueguês Edvard Munch (Noruega, 1863 – 1944) – abaixo. De acordo com o próprio Munch em texto escrito para o quadro, publicado na Revue Blanche, em 1895: “Tornei-me consciente do infinito e vasto grito da natureza”. A distorção da figura que grita – ou que abafa com as mãos o grito da natureza -, sobre a qual paira a imagem da morte, afasta qualquer ideia de beleza.

Outros artistas formaram o grupo, tais como Ernst Ludwig Kirchner (1880-1938), Karl Schmidt-Rottluff (1884-1976), Erich Heckel (1883-1970), Emil Nolde (1867-1956), Ernst Barlach (1870-1938), entre outros.

A arte expressionista encontra suas fontes no romantismo alemão, em sua problemática do isolamento do homem frente à natureza, assim como na defesa de uma poética sensível à expressão do irracional, dos impulsos e paixões individuais. Combina-se a essa matriz, o pós-impressionismo de Vincent van Gogh (1853-1890) e Paul Gauguin (1848-1903). Do primeiro, destacam-se a intensidade com que cria objetos e cenas, assim como o registro da emoção subjetiva em cores e linhas. Do segundo, um certo achatamento da forma, obtido com o auxílio da suspensão das sombras, o uso de grandes áreas de cor e atenção às culturas primitivas – de acordo com enciclopédia Itaucultural.

Noite estrelada.

O expressionismo conhece desdobramentos em outros grupos na Alemanha, como o Der Blaue Reiter [O Cavaleiro Azul], de Franz Marc (1880-1916) e Wassily Kandinsky (1866-1944), criado em 1911, e considerado um dos pontos altos do movimento.

Perseguido pelos nazistas em 1933 como “arte degenerada”, o expressionismo é retomado após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), num contexto de crítica ao fascismo e de tematização dos horrores da guerra, cujo exemplo maior é Guernica, de Pablo Picasso (1881-1973).

Na França, trabalhos de Henri Matisse (1869-1954), André Derain (1880-1954), Raoul Dufy (1877-1953), Georges Rouault (1871-1958), Marc Chagall (1887-1985), Chaim Soutine (1893-1943) e outros dialogam, de modos diferentes, com o expressionismo alemão.

É possível lembrar ainda os austríacos Egon Schiele (1890-1918) e Oskar Kokoschka (1886-1980), que desenvolvem pesquisas de franca inclinação expressionista, incentivadas pelos estudos psicanalíticos de Freud, na Viena no fim do século. Após os anos 1950, o expressionismo abstrato aparece como principal herdeiro do movimento nos Estados Unidos. No Brasil, a produção dos anos 1915 e 1916 de Anita Malfatti (1889-1964), em trabalhos como O Japonês, A Estudante Russa e A Boba, são desencadeadores de sua retórica expressionista.

Ainda no contexto modernista, é possível lembrar a forte tendência expressionista de parte da obra Lasar Segall (1891-1957) e o expressionismo muito particular de Oswaldo Goeldi (1895-1961).

Eternos caminhantes, Lasar Segall (1919).             
O guarda-chuva vermelho: experiência cromática na obra de Oswaldo Goeldi entre 1937 e 1957.

Mais adiante, são as obras de Flávio de Carvalho (1899-1973)

e as pinturas de Iberê Camargo (1914-1994), além de Cândido Portinari (imagem destacada) que resgatam as tendências pela sintaxe do expressionismo.

Referências

https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3784/expressionismo

https://www.munchmuseet.no/en/

https://www.edvardmunch.org/

https://www.vangoghmuseum.nl/en

https://www.paul-gauguin.net/

https://www.franzmark.org/

https://www.wassilykandinsky.net/

https://www.pablopicasso.org

https://www.museoreinasofia.es/en

https://www.leopoldmuseum.org/en/collection/egon-schiele

https://www.albertina.at/en/collections/

http://ver-anitamalfatti.ieb.usp.br/

http://www.mls.gov.br/

https://oswaldogoeldi.org.br/links.html

https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/145703

https://arquivo.arq.br/profissionais/flavio-de-carvalho

http://iberecamargo.org.br